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terça-feira, 23 de outubro de 2012

DISLEXIA OU DISCALCULIA:CONHEÇA ALGUNS SINAIS QUE PODEM ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO ESCOLAR DO SEU FILHO

DISLEXIA OU DISCALCULIA:CONHEÇA ALGUNS SINAIS QUE PODEM ATRAPALHAR O DESENVOLVIMENTO ESCOLAR DO SEU FILHO



Final do ano chegando e as preocupações de professores e pais com a promoção vai aumentando. OK, OK, antes tarde do que nunca para conhecer alguns fatores que interferem no aprendizado e tomar atitudes importantes para evitar problemas maiores no futuro.

A dislexia é um transtorno no cérebro, em que o processamento das letras e dos sons acontece de maneira diferente. Por isso, o disléxico tem dificuldade para aprender a ler e escrever pelos métodos tradicionais. E, como o conhecimento na escola depende muito da leitura, os disléxicos têm uma dificuldade imensa em acompanhar a classe nas matérias.
Segundo a Associação Internacional de Dislexia, um em cada dez indivíduos apresenta sinais de dislexia, como ler muito devagar ou ler mal, não saber reconhecer as letras ou, ainda, trocar as letras nas palavras.
Confira uma lista com alguns sinais de que a criança, o adolescente ou o adulto possam ter dislexia ou discalculia (que afeta contas e números):

A criança é muito esperta, mas não consegue se dar bem na escola

O transtorno de aprendizagem acontece em crianças que geralmente possuem inteligência normal ou acima da média. Assim pode-se notar um claro desacordo com o potencial da criança e com o que ela consegue, de fato, fazer. Ela desenvolve muito rápido em outras áreas, mas fica estagnada na leitura ou com cálculos, por exemplo.

Aos sete anos, o estudante não reconhece letras ou palavras

Atraso para aprender a ler e escrever é o sinal mais conhecido. Em geral, a criança lê muito devagar e, como fica preocupada em identificar as palavras, ela não consegue compreender o que está lendo.
Uma criança com idade entre seis e sete anos que vai à escola e tem um bom professor, mas não consegue reconhecer letras e palavras isoladas, pode ter um transtorno específico da aprendizagem da leitura ou dislexia.
O diagnóstico da dislexia só é feito após os oito anos de idade, mas os indicadores de algo não vai bem podem ser levantados já no ensino infantil (4 a 6 anos). Ter problemas para se alfabetizar é um indicador importante de dislexia.

O aluno escreve palavras com sílabas faltando e com letras invertidas

Ser desorganizado no jeito de escrever (não respeitar as linhas do caderno); inverter a ordem das letras (escrever pata em vez de data, por exemplo) ou trocar a ordem dos números (colocar 1969 em vez de 1996) pode sinalizar que algo está errado.

O disléxico é muito desatento

Como tem dificuldade para compreender o conteúdo, a criança acaba ficando desatenta e evita ter de estudar. Ela não se sente capaz ou incentivada. Depois de alguns anos, no ensino médio, não é raro que o disléxico abandone a escola.

Crianças disléxicas têm dificuldades para fazer movimento de pinça

Essa é uma habilidade motora simples: unir o polegar com o indicador. Outra dificuldade pode ser amarrar os sapatos ou, ainda, não conseguem se alimentar sozinha utilizando talheres. Os disléxicos precisam de mais tempo e mais esforço que as outras crianças para aprender tarefas cotidianas que exijam o uso da coordenação motora.

A criança não consegue ser pontual

Como a medida de tempo é um problema para a pessoa com transtorno com números (discalculia), ela perde prazos com facilidade, deixa os trabalhos para a última hora e se atrapalha para ler as horas ou com os dias da semana e os meses do ano.
As crianças podem ter problemas em calcular o tempo que uma tarefa leva para ser feita. “Muito precocemente, ainda na primeira infância (0 a 3 anos), desenvolvemos a linha numérica, que é uma ordenação rápida e instintiva dos números. Para os que têm discalculia, essa representação é difícil”, esclarece Mônica.

Decorar um número de telefone é uma grande dificuldade

As crianças com discalculia têm dificuldades para entender a relação entre os números e sua representação na linha mental numérica. Tarefas simples como memorizar um número de telefone ou um endereço ou calcular um troco tornam-se muito difíceis.

A criança ou o adolescente tem baixa autoestima

Essa é uma conseqüência da dificuldade de aprender. O disléxico, principalmente se não tem o transtorno identificado, não compreende por que não consegue acompanhar o ritmo da escola ou dos colegas e se sente-se culpado, incapaz.

http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/10/11/dislexia-ou-discalculia-conheca-alguns-sinais-que-podem-indicar-transtorno-de-aprendizado.htm
 
Apud:http://clanalon.blogspot.com.br/2012/10/dislexia-ou-discalculiaconheca-alguns.html

terça-feira, 2 de outubro de 2012

SIM E NÃO NA HORA CERTA!


Pais e educadores dando limite e ouvindo as crianças
Quando é preciso colocar limites para as crianças? Muitos pais e educadores ficam inseguros, divididos entre o que é certo e errado, o que é bom e mal. Por medo de estar educando mal, muitas vezes eles ficam divididos sem saber se devem optar por uma disciplina rígida ou outra sem limites. Mas afinal, como agir? Como educar colocando o "freio" necessário sem ser autoritário?

Sem medo de dizer "não"

Temos visto cada vez mais crianças cheias de vontade, exigentes, mandonas, que chegam a bater nos pais e, muitas vezes, até nos educadores, a fim de conseguir o que querem.

Nos anos sessenta, surgiu a ideia de que é "proibido proibir". A TV, o rádio, as revistas os jornais, enfim, os meios de comunicação continuam reforçando essa ideia do "tudo pode". Muitas vezes eles usam termos da psicologia de forma exagerada e sensacionalista, como "essa repressão deixará traumas para a vida toda".

Com medo de serem muito rígidos e prejudicarem o desenvolvimento da criança, muitos pais evitam a todo custo dizer "não", isto é, acabem por não colocar limites no comportamento das crianças. Deixam de ser espontâneos, ficam o tempo todo pensando se isso ou aquilo vai traumatizar seu filho. Dessa forma, a criança não aprende quais são as regras, o que é certo e errado na sociedade. Ou melhor, é educada para fazer o que quer, sem respeitar o limite das outras pessoas.
O fato de trabalhar muito e permanecer pouco tempo com a criança pode acentuar esse comportamento dos pais, de deixar a criança fazer tudo. Eles ficam com sentimento de culpa, especialmente as mães. Receiam decepcionar a criança e, por isso, evitam dizer não, deixando que elas se comportem da forma que quiserem. Ao agir assim, eles impedem que ocorram situações em que a criança possa aprender a tolerar frustrações e estabelecer uma relação de respeito com as pessoas.
Entretanto, ao invés de prejudicar, limites claros e que tenham sentido ajudam a criança a saber como agir. São de fundamental importância para sua educação pois, baseada neles, aprende o que se espera dela e o que ela pode esperar dos outros. Isso traz uma sensação de segurança à criança, mesmo quando ela aparenta discordar do limite dado.









PANTONI, R. V. . Sim e não na hora certa. In: Maria Clotilde Rossetti-Ferreira et alli. (Org.). Os fazeres na Educação Infantil. 01 ed. São Paulo: Cortez Editora, 1988, v. 01, p. 163-167

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Inclusão, faça parte!!!

Em seu encontro de Formação Continuada, a Professora Estelina nos trouxe este convite do SENAC, espero encontrar muitos colegas e pais lá!

7 ª Semana de Inclusão Educacional: Diálogo, Compreensão e Ação


O Senac Consolação realiza, de 3 a 7 de julho, pelo 7º ano consecutivo, a Semana de Inclusão Educacional: Diálogo, Compreensão e Ação.

Com o objetivo de proporcionar um espaço de vivência, compartilhamento de experiências, integração e reflexão em torno do tema inclusão social e educacional, diversos profissionais renomados do mercado foram convidados para seis atividades, como palestras, debates e apresentações de teatro, com temas direcionados para o paradigma da inclusão frente ao mercado de trabalho.

O evento terá a audiodescrição e interpretação em Libras.


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Serviço
Senac Consolação
Rua Dr. Vila Nova, 228 - 1º andar - Centro
São Paulo - SP
E-mail: consolacao@sp.senac.br
Telefone: 11.2189-2100
Data e Horário
03/07/2012 até 07/07/2012
Preço
Participação gratuita
inscreva-se
Informações
Colabore com nossas atividades sociais trazendo um item de higiene pessoal que será doado para a Associação de Apoio à Promoção Humana Novos Rumos.

Programação
Exposição da artista plástica Eliana Zagui
Data e horário:
03/07/2012 até 06/07/2012 das 14 às 19 horas

Eliana Zagui é artista plástica da Associação de Pintores com a Boca e os Pés e autora do livro Pulmão de Aço.
Feira de Oportunidades
Data e horário:
03/07/2012 até 06/07/2012 das 14 às 19 horas

Espaço para cadastramento e captação de currículos de pessoas com deficiência.
Mesa de debates: O paradigma da inclusão frente ao mercado de trabalho
Data e horário:
06/07/2012 das 19 às 21 horas

Ana Beatriz Pierre Paiva – Integrante do Conselho de Administração da Carpe Diem, apresentadora e coautora do livro Mude seu falar que eu mudo meu ouvir.

Eliane Ranieri - Gerente de Diversidade & Inclusão da IBM América Latina, com experiência em educação de lideranças, como facilitadora dos programas de desenvolvimento para gestão de pessoas.

Felipe Elias Bueno, Ana Paula Rodrigues e Raquel Rieckmann - Integrantes da equipe de jornalismo da Rádio SulAmérica Trânsito, responsável pelo projeto Igualdade Ainda Deficiente que apresenta série de reportagens sobre as questões relacionadas às dificuldades de deslocamento das pessoas com deficiência pelas ruas da cidade de São Paulo.

Flávio Gonzalez - Gerente de Processos de Inclusão da Avape - Associação para Valorização de Pessoas com Deficiência, atua há 16 anos na inclusão de pessoas e programas de responsabilidade social com foco na Diversidade Humana.

Julia Rosemberg - Gerente de projetos da I.Social, na qual auxilia empresas na inclusão responsável de profissionais com deficiência, por meio da conscientização dialógica e de ações contundentes de responsabilidade social.
Palestra: Pessoas com Deficiência e Suas Interações no Mercado de Trabalho, com Emílio Figueira
Data e horário:
07/07/2012 das 9h30 às 11 horas


Uma inclusão no mercado de trabalho dependerá também de uma boa convivência no ambiente profissional. Se o empregador e os funcionários se atentarem para esse detalhe, mais que as metas produtivas, as interações sociais serão experiências enriquecedoras para todos os envolvidos.


Emílio Figueira
Doutor em Psicanálise, pós-graduado pela USP, jornalista, psicólogo e escritor com 87 artigos científicos e 38 livros publicados, entre eles: O que é Educação Inclusiva e Caminhando em Silêncio - Uma introdução à trajetória da pessoa com deficiência na história do Brasil.
Conversa com Eliana Zagui e Paulo Henrique Machado
Data e horário:
07/07/2012 das 11 às 12 horas

Eliana Zagui é artista plástica da Associação de Pintores com a Boca e os Pés e autora do livro Pulmão de Aço.

Paulo Henrique Machado é designer gráfico e desenvolvedor da arte utilizada nas peças de divulgação dessa edição do evento.
As diferenças e semelhanças entre ouvir e escutar, com Lak Lobato
Data e horário:
07/07/2012 das 13h30 às 15h

A partir de sua experiência de como se tornou surda oralizada e as implicações na sua vida social e profissional, Lak abordará as dificuldades de adaptação de surdos oralizados e com implante coclear no ambiente educacional e profissional.


Lak Lobato
Formada em comunicação social pela Universidade Anhembi Morumbi. Fotógrafa, publicitária, redatora, trabalha como analista de endomarketing de uma multinacional. Autora do blog "Desculpe, não ouvi!" sobre deficiência auditiva focada em oralização, uso de próteses auditivas e implante coclear. Assina uma coluna semanal sobre acessibilidade, no site "Acessibilidade Total" e na revista on-line "Acesso Total".
Palestra: O diferencial e as diferenças no mercado de trabalho, com Roseli Behaker Garcia
Data e horário:
07/07/2012 das 15h às 16 horas

Atualmente, ter um diferencial é um fator considerável para se obter êxito e sucesso no trabalho. Para tanto, é necessário saber lidar com pessoas diferentes, sejam elas com deficiência ou não.


Roseli Behaker Garcia
Mestre em Educação, Arte e História da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, pós-graduada em Linguagem das Artes pela Universidade de São Paulo. Profissional da área de recursos humanos há 17 anos na Universidade Presbiteriana Mackenzie e ministra palestras sobre inclusão, mercado de trabalho, motivação. Representou o Brasil no Congresso Internacional para Mulheres com Deficiência Visual no Canadá em 1996.
Apresentação teatral Projeto Mix Menestréis, dirigido por Deto Montenegro
Data e horário:
07/07/2012 das 16h15 às 17 horas


Um dos vários projetos que integram a Oficina dos Menestréis, empresa de Teatro Musical com excelência comprovada tanto pela linguagem original e vocabulário próprio, quanto pela contribuição significativa para formação de público e inclusão social.





http://www.sp.senac.br/jsp/default.jsp?newsID=DYNAMIC,oracle.br.dataservers.ContentEventDataServer18,selectEvent&template=946.dwt&event=1246

terça-feira, 12 de junho de 2012

HTC


O sapo

Era uma vez um lindo príncipe por quem


todas as  moças se apaixonavam. Por ele

também se apaixonou uma bruxa horrenda que

o pediu em casamento. O príncipe nem ligou e a

bruxa ficou muito brava. “Se não vai casar

comigo não vai se casar com ninguém mais!”

Olhou fundo nos olhos dele e disse: “Você vai

virar um sapo!” Ao ouvir esta palavra o príncipe

sentiu uma estremeção. Teve medo. Acreditou. E

ele virou aquilo que a palavra de feitiço tinha

dito. Sapo. Virou um sapo.

Bastou que virasse sapo para que se

esquecesse de que era príncipe. Viu-se refletido

no espelho real e se espantou: “Sou um sapo.

Que é que estou fazendo no palácio do príncipe?

Casa de sapo é charco.” E com essas palavras

pôs-se a pular na direção do charco. Sentiu-se

feliz ao ver lama. Pulou e mergulhou. Finalmente

de novo em casa.

Como era sapo, entrou na escola de sapos

para aprender as coisas próprias de sapo.

Aprendeu a coaxar com voz grossa. Aprendeu a

jogar a língua pra fora para apanhar moscas

distraída. Aprendeu a gostar do lodo. Aprendeu
que as sapas eram as mais lindas criaturas do


universo. Foi aluno bom e aplicado. Memória

excelente. Não se esquecia de nada. Daí suas

notas boas. Até foi o primeiro colocado nos

exames finais, o que provocou a admiração de

todos os outros sapos, seus colegas, aparecendo

até nos jornais. Quanto mais aprendia as coisas

de sapo, mais sapo ficava. E quanto mais

aprendia a ser sapo, mais se esquecia de que

um dia fora príncipe. A aprendizagem é assim:

para se aprender de um lado há que se

esquecer do outro. Toda aprendizagem produz o

esquecimento.

O príncipe ficou enfeitiçado. Mas feitiço –

assim nos ensinaram na escola – é coisa que

não existe. Só acontece nas estórias de

carochinha.

Engano. Feitiço acontece sim. A estória diz a

verdade. Feitiço: o que é? Feitiço é quando uma

palavra entra no corpo e o transforma. O

príncipe ficou possuído pela palavra que a bruxa

falou. Seu corpo ficou igual à palavra.

A estória do príncipe que virou sapo e a

nossa própria estória. Desde que nascemos,

continuamente, palavras nos vão sendo ditas.

Elas entram no nosso corpo, e ele vai se

transformando. Virando uma outra coisa,

diferente da que era. Educação é isto: o

processo pelo qual os nossos corpos vão ficando
iguais às palavras que nos ensinam. Eu não sou


eu: eu sou as palavras que os outros plantaram

em mim. Como o disse Fernando Pessoa: “Sou o

intervalo entre o meu desejo e aquilo que os

desejos dos outros fizeram de mim”. Meu corpo

é resultado de um enorme feitiço. E os

feiticeiros foram muitos: pais, mães,

professores, padres, pastores, gutas, líderes

políticos, livros, TV. Meu corpo e um corpo

enfeitiçado: porque o meu corpo aprendeu as

palavras que lhe foram ditas, ele se esqueceu

de outras que, agora permanecem mal ...

ditas...

A psicanálise acredita nisso. Ela vê cada

corpo como um sapo dentro do qual está um

príncipe esquecido. Seu objetivo não é ensinar

nada. Seu objetivo é o contrário: des-ensinar ao

sapo sua realidade sapal. Fazê-lo esquecer-se do

que aprendeu, para que ele possa lembrar-se do

que esqueceu. Quebrar o feitiço. Coisa que até

mesmo certos filósofos (poucos) percebem. A

maioria se dedica ao refinamento da realidade

sapal. Também os sapos se dedicam à filosofia...

Mas Wittgenstein, filósofo para ninguém botar

defeito, definia a filosofia como uma “luta

contra o feitiço” que certas palavras exercem

sobre nós. Acho que ele acreditava nas estórias

de carochinha...

 Tudo isso apenas como introdução à


enigmática observação com que Barthes

encerra sua descrição das metamorfoses do

educador. Confissão sobre o lugar onde havia

chegado, no momento de velhice. “Há uma

idade em que se ensina aquilo que se sabe.

Vem, em seguida, uma outra, quando se ensina

aquilo que não se sabe. Vem agora, talvez, a

idade de uma outra experiência: aquela de

desaprender. Deixo-me, então, ser possuído

pela força de toda vida viva: o esquecimento...”

Esquecer para lembrar. A psicanálise

nenhum interesse tem por aquilo que se sabe. O

sabido, lembrado, aprendido, é a realidade

sapal, o feitiço que precisa ser quebrado.

Imagino que o sapo, vez por outra, se esquecia

da letra do coaxar, e no vazio do esquecimento,

surgia uma canção. “Desafinou!” berravam os

maestros. “Esqueceu-se da lição”, repreendiam

os professores. Mas uma jovem que se

assentava à beira da lagoa juntava-se a ele,

num dueto... E o sapo, assentado na lama,

desconfiava...

“Procuro despir-me do que aprendi”, dizia

Alberto Caeiro. “Procuro esquecer-me do modo

de lembrar que me ensinaram, e raspar a tinta

com que me pintaram os sentidos,

desencaixotar minhas emoções verdadeiras,

desembrulhar-me, e ser eu...”
Assim se comportavam os mestres Zen, que


nada tinham para ensinar. Apenas ficavam à

espreita, esperando o momento de desarticular

o aprendido para, através de suas rachaduras,

fazer emergir o esquecido. É preciso esquecer

para se lembrar. A sabedoria mora no

esquecimento.

Acho que o sapo, tão bom aluno, tão bem

educado, passava por períodos de depressão.

Uma tristeza inexplicável, pois a vida era tão

boa, tudo tão certo: a água da lagoa, as moscas

distraídas, a sinfonia unânime da saparia, todos

de acordo... O sapo não entendia. Não sabia que

sua tristeza nada mais era que uma indefinível

saudade de uma beleza que esquecera.

Procurava que procurava, no meio dos sapos, a

cura para sua dor. Inultimente. Ela estava em

outro lugar.

Mas um dia veio o beijo de amor – e ele se

lembrou. O feitiço foi quebrado.

Uma bela imagem para um mestre! Uma

bela imagem para o educador: fazer esquecer

para fazer lembrar!


http://www.virtual.ufc.br/cursouca/modulo_3/6994779-Rubem-Alves-A-Alegria-de-Ensinar.pdf

sexta-feira, 25 de maio de 2012

Aprenda a viver como as flores

ViViver como as flores


Mensagem de Reflexão
Em um antigo mosteiro budista, um jovem monge questionava o mestre:

- Mestre, como faço para não me aborrecer? Algumas pessoas falam de mais, outras são ignorantes, muitas são indiferentes, eu sinto ódio das mentirosas e sofro com as que caluniam.

- Pois viva como as flores, orientou-lhe o mestre.

- E como é viver como as flores? – perguntou o jovem monge.

- Repare nas flores – ele falou apontando os lírios, que crescem no jardim – Elas nascem no esterco, entretanto são puras e perfumadas. Extraem do adubo malcheiroso tudo aquilo que lhes é importante, útil e saudável, mas não permitem que o azedume da terra manche o frescor de suas pétalas.

É justo inquietar-se com as suas próprias imperfeições, mas não é sábio permitir que os vícios dos outros o perturbem. Os defeitos deles, são deles, não seus. Se não são seus, não há razão para aborrecimentos. Exercite, pois a virtude de rejeitar todo o mal que vem de fora. Isso é viver como as flores.

Numa simples orientação, sem dúvida, uma grande nobre lição de bem-viver a nossa disposição. Mas para viver como as flores, é preciso ainda observar outras características que elas nos oferecem, como exemplo.

É importante notar que nem todas as flores têm facilidades, mas todas elas têm algo em comum: florescem onde foram plantadas. Seja em meio a pedregulhos, ou em jardins perfeitamente bem cuidados, as flores surgem para perfumar e embelezar a vida.

Existem as flores heroínas, que precisam lutar com valentia, por um lugar especialmente feito ao sol. São aquelas que surgem em minúsculas trinchas, abertas em calçadas ou muros de concreto. Precisam encontrar com firmeza e determinação um espaço para brotar, crescer e florescer.

Há flores, cujas sementes ficam sob solo escaldante do deserto por muitos anos, esperando que um dia as gotas da chuva tornem possível emergir e então surgem, por poucos dias, só para espalhar o seu perfume e lançar ao solo novas sementes que germinarão e florescerão ao seu tempo.

Em campos cobertos de neve, há flores esperando que o sol da primavera derreta o gelo para despertar de sua letargia e colorir a paisagem em exuberância de cores e perfumes.

Ah, como as flores sabem executar com maestria a divina missão que o Criador lhes confia. Existem ainda flores resignadas, que simulam na tentativa de tornar menos tristes as cerimônias fúnebres dos seres humanos, enfeitando coroas sem vida.

Viver como as flores, portanto, é muito mais que saber tirar vida, beleza e perfume das coisas ruins.

É muito mais do que florescer em desertos áridos ou terrenos inóspitos.

É mais do que buscar um lugar ao sol, estando em uma cova escura.

É mais do que suportar a poda e responder mais vida e mais exuberância.
Viver como as flores, é entender e executar a missão que cabe a você, a mais bela e valorosa criação divina, para quem todas as flores foram criadas. Pense nisso, as flores são uma das mais velas e delicadas formas de expressão do divino artista da natureza.

Parece mesmo que o Criador as projetou e as colocou no mundo pra falar da grandeza do seu amor por nós e também como lições silenciosas, a nos mostrar como florescer e frutificar em meio a todas as dificuldades da vida. Pense nisso, quem sabe não é essa a hora de você começar a imitar as flores?


Veja mais frases em http://www.belasmensagens.com.br/reflexao/viver-como-as-flores-2382.html#ixzz1vsbBFXqW